- Estima-se que 40 milhões de famílias no Brasil possuem imóvel ou veículo quitados;
- Esses ativos poderiam ser utilizados como garantia para créditos com juros mais acessíveis e melhores condições de pagamentos, como prazos maiores, por exemplo;
- Apesar do crescimento nos últimos anos (só na modalidade de veículo, a Creditas identificou aumento de 760% entre 2018 e 2023) o mercado de equity ainda gera dúvidas no consumidor. Abaixo, os esclarecimentos dos principais questionamentos em torno do tema:
- Para pegar o empréstimo, o bem colocado como garantia deve ser quitado – VERDADE, mas a quitação também pode ser feita na tomada de crédito
Sim, o imóvel ou veículo não pode ter vínculo com parcelas em aberto. Atualmente, o Censo projeta cerca de 40 milhões de famílias com imóvel e veículo quitados, podendo ter acesso à modalidade. Porém, a empresa que oferecerá o crédito pode quitar o bem antes de fornecer o empréstimo. Esse processo é chamado de interveniente quitante, e é realizado quando o consumidor quer financiar ou usar como garantia do empréstimo um bem já alienado em outra empresa.
Por exemplo: usar um carro que ainda está com o financiamento em aberto para tomar um empréstimo. Em situações como essa, a companhia que concede o empréstimo quita o valor que ainda está em aberto e desconta parte dele do valor total do empréstimo oferecido.
- O documento do imóvel ou veículo ficará no nome da empresa que oferece o crédito – MITO
Ao colocar o bem como garantia, muitas pessoas acreditam na necessidade de passar, automaticamente, para o nome da instituição financeira. Isso não é verdade.
Mesmo em garantia, o bem continua em posse da pessoa que o detém. O que acontece nesse processo é que a casa ou o carro ficará alienado à instituição que ofereceu o crédito. Ou seja, seguirá na posse do dono, mas a propriedade (posse indireta), fica com a companhia que cedeu o empréstimo. Ao quitar o crédito, a informação será retirada do documento.
- Se atrasar uma parcela o bem será tomado – MITO
Esse talvez seja um dos pontos de maior apreensão do tomador de crédito. Diferente do que muitos podem pensar, a instituição que ofereceu o empréstimo não tomará a casa ou o carro ao atrasar uma parcela.
A primeira ação da empresa será contatar o cliente para entender o motivo do atraso e o que pode ser feito a partir disso, sendo capaz até mesmo de renegociar o prazo de pagamento.
A instituição só entenderá como calote se houver o atraso de mais parcelas – a partir de três, geralmente. Ainda assim, haverá um comunicado e uma última tentativa de quitar as dívidas, e o bem só irá a leilão em caso de todas as alternativas se esgotarem e não houver nenhum acordo firmado entre as partes. É a mesma lógica no caso de não pagamento de parcelas para financiamento automotivo ou imobiliário.
- Não é preciso comprovar renda para conseguir o crédito – MITO
Mesmo sendo uma transação que coloca um bem como garantia, é importante que haja a comprovação de renda. Como em qualquer outra modalidade de crédito, comprovar a renda ajuda a chegar ao valor que poderá ser cedido, a taxa de juros e ao prazo de pagamento final. Além disso, é uma maneira de reduzir o acúmulo de um débito que o cliente não pode arcar. De forma geral, o valor da parcela do crédito não pode comprometer mais que 30% da renda do consumidor.
- Cada pessoa tem uma taxa personalizada – VERDADE
Assim como em outras modalidades, as taxas dos juros não são fixas. No caso do home ou auto equity, os valores variam de acordo com fatores como: montante de crédito solicitado, o bem colocado em garantia (valor que ele tem no mercado), tempo que a pessoa se compromete a pagar, entre outros.
- O crédito com garantia é mais fácil, possui taxas de juros melhores e maior prazo de pagamento – VERDADE
Enquanto a taxa média de juros do rotativo do cartão de crédito é de 13,85% ao mês, segundo Banco Central, é possível contratar um empréstimo com garantia de veículo que oferece taxas de juros a partir de 1,49% ao mês, por exemplo. Além disso, os prazos de pagamento dessa categoria são maiores do que muitas opções no mercado, sendo de até 20 anos com o home equity e até 4 anos no auto equity.
Isso permite que o tomador de crédito consiga se organizar financeiramente com mais facilidade, sem a preocupação de que os juros se tornarão uma bola de neve, como aconteceria com o cartão de crédito.