O Banco Central, através de seu Comitê de Política Monetária (Copom), anunciou nesta quarta-feira (20) uma redução de 0,5 ponto percentual na taxa Selic, levando os juros básicos da economia para 12,75% ao ano. Esta é a segunda vez no semestre que o BC faz um corte, refletindo o comportamento dos preços e a estratégia de convergência da inflação para as metas estabelecidas para 2024 e 2025.
Os analistas financeiros já previam esta decisão. O Copom, em seu comunicado, sinalizou que continuará a promover reduções com esta magnitude nos próximos encontros, embora não tenha detalhado sua estratégia para o início do próximo ano.
A trajetória da Selic foi turbulenta nos últimos tempos. Entre março de 2021 e agosto de 2022, o juro básico foi elevado por 12 vezes consecutivas, culminando em uma taxa de 13,75% ao ano, mantida assim por um ano. Antes disso, o índice havia atingido seu patamar histórico mais baixo, de 2%, em resposta aos desafios econômicos impostos pela pandemia de covid-19.
O principal instrumento do BC para controlar a inflação, medida pelo IPCA, é a Selic. Em agosto, o IPCA registrou 0,23% e acumulou 3,23% em 12 meses. Apesar de uma breve queda no início do ano, o indicador voltou a crescer na segunda metade, mas essa tendência era antecipada por economistas.
De olho no futuro, o Relatório de Inflação do Banco Central projeta que o IPCA fechará 2023 em 5%. Por outro lado, a pesquisa semanal boletim Focus indica que a inflação oficial encerrará o ano em 4,86%.
A recente redução na Selic busca favorecer a economia. Com juros mais baixos, o crédito se torna mais acessível, incentivando a produção e o consumo. O mercado, com vistas ao PIB, projeta uma expansão econômica de 2,89% em 2023, mais otimista que a projeção do BC, que é de 2%.